terça-feira, 27 de maio de 2008

Uma flor

Eu não imaginava que trazias uma rosa perfumada, uma rosa vermelha. Conversámos muito , mais do que em toda a nossa vida. Abrimos gavetas que cheiravam a mofo... ou roídas pelo caruncho. Desnudámos a alma e mostrámo-la um ao outro . Fiquei suspensa no fim da confissão ,a música tocava,tinha anoitecido e era tarde demais. Pediste um abraço de despedida,um abraço infindável... quiseste esconder o rosto , tiveste medo das lágrimas que te atraiçoaram, o teu orgulho foi sempre imenso. Segurei-te no rosto e os teus olhos foram obrigados a se revelarem. Quis matar a minha sede na fonte dos teus olhos verdes. Cativei-te e logo a seguir uma porta se fechou . A rosa ficou durante alguns dias na jarra , as pétalas tombaram , caíram murchas.A tua memória anda pela casa toda... impregnada no perfume da flor.